Antevisão — Dwars door Vlaanderen - A travers la Flandre ME

Introdução

Em cinco dias temos o segundo "mini Tour de Flandres". A prova flandriana teve a sua primeira edição em 1945 como corrida de um dia, posteriormente transformou-se numa competição de três dias — com duas etapas em linha e um contrarrelógio — até regressar ao formato de clássica em 1965. Mais recentemente a Dwars door Vlaanderen foi transferida para a quarta-feira anterior ao Tour de Flandres, mudança que só ocorreu em 2018. Anteriormente realizava-se cerca de quinze dias antes, sendo a primeira das clássicas de preparação para o Tour de Flandres. Esta alteração de calendário trouxe também mudanças no percurso, evitando que se tornasse uma cópia da prova rainha. Curiosamente, tanto no formato antigo como no atual, apenas cinco ciclistas conseguiram vencer ambas as provas no mesmo ano. Desde a reorganização do calendário, apenas Mathieu van der Poel alcançou este feito, em 2022.

Tendo 14 recordistas nesta prova com duas vitórias cada, sendo Yves Lampaert e Mathieu van der Poel os únicos em atividade, e apenas o belga vai participar na prova e terá hipótese de bater o recorde. Quanto a Matteo Jorgenson, pode tentar igualar o recorde e renovar a vitória do ano passado.

O percurso

A corrida terá 184.2 quilómetros. 69 quilómetros após a partida é quando começa a endurecer, com um constante sobe e desce até à meta. A última dificuldade em Nokere, fica a cerca de dez quilómetros da meta, mas a seis quilómetros ainda há pavé no Herlegemstraat. No total, serão dez subidas/bergs categorizados e onze setores de pavé, dos quais cinco coincidem com as subidas.

O que esperar

Como os principais favoritos ao Tour de Flandres estão ausentes desta corrida, temos aqui algumas segundas figuras, quer de equipas quer de candidatos a Flandres no domingo. Espero uma corrida atacante, com vários possíveis vencedores - ou então só teremos Pedersen. A Trek apresenta-se aqui quase em força máxima. Está a dar tudo para conquistar o máximo possível e mostrar o seu valor. Tem várias opções para atacar a corrida, como Pedersen, Skujiņš ou Stuyven, e ainda traz Milan para um possível sprint, como aconteceu em Gent-Wevelgem.

A Visma vem aqui defender o título com Jorgenson. Traz uma boa equipa de trabalho, incluindo Benoot, Van Baarle e Van Aert. Wout van Aert tem, obviamente qualidade para ser o principal candidato à vitória nesta prova, mas pelo que mostrou na E3 Saxo Classic, não consigo deixar de o considerar como gregário. Temos muitos outros nomes capazes de influenciar a corrida. Estou curioso para ver como se vai portar a dupla Tarling e Sheffield pela Ineos. Se Yves Lampaert conseguirá finalmente bater o recorde da prova, e se Teunissen confirmará a boa forma ou se foi apenas sorte nas últimas provas.

Favoritos

Pedersen — Está em super forma, já mostrou que Sanremo ficou para trás e traz consigo talvez o melhor bloco em prova.

A não perder de vista

Jorgenson — Esperava mais dele em Gent, ao seguir o ataque de Pedersen. Poderá estar a poupar forças para a Flanders, em alternativa a Wout.

Wout van Aert — Por toda a qualidade que sabemos que ele tem. Mas ainda está a afinar a forma para vencer em Roubaix.

Wellens & Narváez — Em vésperas da Flandres e com o capitão da UAE a entrar em prova, eles devem tentar tudo para vencer.

Philipsen & Milan & Girmay & Merlier — Sprinters com boa capacidade de subida que podem durar até ao final, numa prova pouco atacada — sendo Merlier provavelmente o menos resistente deste grupo.

Apostas falso plano

André Dias — Tim Wellens, com a magia do dorsal que seria do Morgado.

Fábio Babau — Mads Pedersen. O melhor springer do pelotão.

Henrique Augusto — Trator Tarling. Agora é que é.

O Primož do Roglič — Mads Pedrasen, o solo continua.

Miguel Branco — Narváez. Sem Van der Poel fica fácil.

Miguel Pratas — É desta que Iván García Cortina vence uma grande clássica flandriana.

Nuno Gomes — Jasper (se não houver disaster).

Rogério Almeida — Trek ganha.