Antevisão — Dwars door Vlaanderen - A travers la Flandre
Jumbo vs equipas World Tour.
Introdução
Depois do show da Jumbo que tivemos na Gent-Wevelgem, desta vez não teremos os tradicionais tubarões destas andanças. Devem estar todos a aquecer os motores para domingo. Ainda assim, creio que o espetáculo estará novamente garantido para aquela que é a septuagésima sétima edição da prova conhecida como Através da Flandres.
O percurso
Mais uma vez, a meteorologia não vai dar tréguas aos ciclistas. As previsões dizem-nos que não irá chover durante toda a prova, apenas teremos períodos em que ocorrerá precipitação, o que é sinónimo de piso molhado em algunas zonas do percurso. O início será relativamente calmo, mas a partir do quilómetro 66 será uma sucessão de várias subidas que, apesar de relativamente curtas, contam com alguma dureza. Destaco o Knokteberg (1.1km a 7.5%), o Kanarieberg (1.1km a 8.8%) e uma nova passagem pelo Knokteberg. Parece-me esta a zona, entre o quilómetro 90 e o quilómetro 130, onde poderemos ter ataques relevantes para o desfecho da prova. São ao todo dez as passagens por zonas de pavé e sendo uma tirada que não atinge os 200 quilómetros, pode não ser tão selectiva como habitualmente neste perfil de classicas.
O que esperar?
Nunca acerto nesta parte, mas quando acertar sou expulso do grupo, porque não me vou calar.
Como referi em cima, creio que a zona do quilómetro 90 ao 130 será aquela em que poderemos ter mais ataques. E aí todos os olhos, diga-se das outras equipas, estarão nos elementos da Jumbo. Depois do que têm feito, não lhes podem dar nem sequer dez segundos de vantagem. Sem Wout van Aert, mas com Laporte e novamente Bennot parecem-me mais uma vez um dos blocos mais consistentes.
No entanto, como não existem os tradicionais tubarões "a coisa" pode-se tornar mais equilibrada e existirem até algumas surpresas. E falando de surpresas, podemos referir a Quick-Step. É desta que fazem alguma coisa, meninos? O Ala prometeu que o Tour de Flandres seria o seu objetivo, para isso já tem de estar próximo do seu pico de forma. Mas a equipa conta ainda com Ballerini e Merlier, este último já fez pódio aqui em 2021.
Gostaria ainda de explorar mais duas equipas que penso que podem atacar a corrida na zona que falei. São elas a Ineos, a Trek e a FDJ. A Ineos tem Top Ganna a voar que nem o Tom Cruise e Pidcock, mas vem de lesão. A Trek com Mads Pedersen e Jasper Stuyven pode ter aqui a sua chance de vencer, pois já começa a desiludir de tanto que prometiam. E é melhor começarem a pedalar, porque se não ainda olham para trás e reparam que aqui jazem todas as provas e nenhuma lhes calhou na rifa. Do lado da FDJ, temos Küng e Madouas. É isto, estão apresentados.
Resta saber se estas equipas conseguirão combater a forma da Jumbo. Cá eu aposto na chegada de um grupo restrito e no final ganha algúem da Jumbo, mas como eu nunca acerto, não liguem muito a isto.
Favoritos
Christophe Laporte — Fará bis? Não me parece, vai fazer de Wout van Aert desta vez, mas quem sabe se apanha a carruagem errada e sem querer ganha de novo?
Tiesj Benoot - Ao mesmo tempo que estou a escrever a antevisão desta prova a equipa da Jumbo está a jogar à roda da sorte e calhou Benoot. É ele quem vence amanhã.
Mads Pedersen - Tem de dar tudo amanhã, se não as coisas vão ficar Mads para o lado dele.
A não perder de vista
Stefan Küng — Não sendo dos favoritos é daqueles que está como peixe na água quando existe pavé e piso molhado. Está sempre entre os melhores, mas tarda em conseguir vencer.
Valentin Madouas - Gosto muito dele, por isso não vou fazer piadas. Espero só que esteja entre os primeiros.
Filippo Ganna - De aviador para maquinista da CP. O homem está a andar que parece um TGV.
Julian Alaphilippe - São os franceses a gritarem "Allez, Allez" e é o Ala a responder "Adieu, Adieu". Mas quem sabe se a próxima alegria não estará para breve.
Pascal Ackermann - No meio da bagunçada que é a UAE no que diz respeito ao João, até se esqueceram do Ackermann e o homem tem estado muito bem nas clássicas. Na Noruega é o Pascoal, na Flandres quem manda é o Pascal.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Ben "The Clock" Turner, se não começar a atacar feito maluco na primeira metade, vai voar.
Henrique Augusto — Ala. Isto já começa a ser um bocado parvo, mas o amor tem destas coisas.
Lourenço Graça — O Merijn Zeeman acabou de me ligar e é oficial. Calhou Tiesj Benoot.
Miguel Branco — Tiesj Benoot. Passa a outro e não ao mesmo.
Miguel Pratas — Sem os três mosqueteiros, o favorito é claro: Frederik Frison.
Ricardo Pereira — Dia de São Valentin Madouas.
