Antevisão — Donostia San Sebastián Klasikoa
Acabou o Tour mas não acabou a época.

Introdução
Acabou o Tour mas não acabou a época.
Sabem aquela clássica consagrada que todos os grandes campeões almejam ganhar? Aquela clássica que os melhores ciclistas, após vencerem, começam a fazer contas para a reforma? Sabem? Pois. Não é esta. Esta é San Sebastián, a clássica que nem é carne nem é peixe. A prova que está entre os ciclistas que fizeram o Tour mas ainda têm pernas para mais 211 km e os que estão a preparar a Vuelta e precisam de colocar quilómetros nas pernas.
Pode não ser a clássica mais desejada, mas já foi palco de grandes lutas e vitórias.

O percurso
É o percurso tradicional desta prova. Um dia de constante sobe e desce, com a passagem pelo famoso Jaizkibel (7.9 km a 5.5%) a 61 km do fim. Até ao fim, ainda passam duas vezes pela meta e enfrentam duas subidas de respeito: o Erlaitz (3,9 km a 10,6%) e, antes do final, a Murgil Tontorra (2 km a 9,6%) com o topo a cerca de 7 km do fim.

O que esperar
Acho que é das clássicas mais difíceis de prever.
Quer dizer, é clássica para puncheurs e trepadores com kick, disso não tenho dúvidas. E a situação de ciclistas que vêm do Tour, passada uma semana e um pouco de descanso, pode ser vantajosa pela forma. Só que o corpo pode não querer este esforço (vejam, por exemplo, o Vingegaard em 2024). Por outro lado, temos ciclistas em preparação para a Vuelta e que, por isso, podem ainda não estar com a forma certa para ganhar.
Mas olhando ao pelotão que se apresenta, diria que a UAE vai fazer tudo para controlar a prova para um dos craques: Ayuso ou Del Toro.
Resta às outras equipas — Trek, Bora, Tudor ou Uno-X à cabeça — tentar contrariar o favoritismo da UAE. Boa sorte com isso.
Favoritos
Juan Ayuso — Como líder que é da UAE (menos na Vuelta, aí começa por A e acaba em lmeida), certamente vê aqui a melhor maneira de dizer que também é bom.
Isaac del Toro — Desde que fechou 2.° no Giro, já venceu 3 etapas, uma Geral e uma clássica. Na Prueba Villafranca, ainda fez 2.° e ofereceu ao Arrieta. Isto tudo no mês de julho. Pode ser que agora entre a gosto.
Marc Hirschi — Vencedor do ano passado – e com um Tour de baixo nível para a sua qualidade – pode aparecer aqui bem e defender o seu título, num perfil que lhe encaixa muito bem.
A não perder de vista
Giulio Ciccone — É o Ciccone: por todos os azares que acontecem, merece brilhar. Mas mais que merecer, se estiver bem, este perfil é bom para ele.
Maxim Van Gils — Se há ciclista que tem o perfil para esta prova é ele. Vamos ver se tem as boas pernas que lhe têm falhado.
Neilson Powless — Esperava mais dele no Tour. E por não ter dado tanto em França, acho que se pode apresentar bem aqui. Ex-vencedor da prova em 2021.
Rui Costa & Afonso Eulálio — Espaço tuga desta antevisão. Não acredito muito num bom resultado, apesar de os dois terem perfil para a prova. Mas nunca se sabe: um dia bom e um pouco de sorte pode dar um bom resultado.
Apostas falso plano
André Dias — Del Toro ataca, Ayuso responde, ganha o Powless.
Fábio Babau — Van Gils está de volta.
Henrique Augusto — OLÉÉÉÉÉÉÉÉ.
O Primož do Roglič — Del Toro enterra o Ayuso.
Miguel Branco — Tobias. Com dedicatória especial para Pogačar.
Miguel Pratas — Judas Christen.
Nuno Gomes — Ayuso a lançar candidatura a líder na Vuelta!
Rogério Almeida — UAE, what else.