Antevisão — Donostia San Sebastian Klasikoa

Introdução

Na ressaca de Tadej Pogačar com o seu memorável Tour de France e o histórico Remco Evenepoel nestes Jogos Olímpicos, o ciclismo World Tour está de regresso este sábado, com aquela que é clássica que volta a focar as atenções no pelotão principal.

Algumas das caras mais importantes do pelotão marcam assim o seu regresso à competição, após as recentes provas supracitadas. Vingegaard, Landa, Bilbao, ou O'Connor, são alguns dos nomes desta startlist bem composta.

O menino do momento, Remco Evenepoel que nos últimos 4 anos venceu esta prova por 3 vezes — igualando assim o espanhol Marino Lejarreta no topo do ranking — não estará presente neste edição.

O percurso

O percurso não é novidade, o pelotão irá andar a subir e descer praticamente o dia todo, com duas passagens pela meta até à chegada final, esta segunda pelo lado oposto. Pelo meio estarão as múltiplas segundas e terceiras categorias como o famosa ascensão a Jaizkibel (7.9km @ 5.5%), havendo no entanto esforços mais duros pela frente.

O que esperar

Se há corrida que qualquer atleta do pelotão não se importaria de ter no seu currículo, é sem dúvida a clássica de San Sebastian.

No entanto para ganhar esta prova é preciso ter pernas, pulmão e kick. Por outras palavras, não se adapta a grandes trepadores (hipoteticamente), nem a sprinters. São os do meio que aqui têm a maior probabilidade de vingar, os puncheurs.

As três juntas poderá no fim não ser suficiente, uma vez que a estratégia é talvez o fator chave, para poder aplicar as pernas, o pulmão e o kick. Quem falhar o momento decisivo, dificilmente consegue voltar a rolar na frente e não são precisos muitos para formar uma fuga com intenção de vencer a prova.

As principais equipas do pelotão como a UAE, Visma e Soudal irão procurar endurecer a corrida, para que depois os seus líderes possam fazer a diferença numa fase mais avançada da corrida.

Não podia deixar passar a surpresa nesta startlist, a inclusão de Jonas Vingegaard, o que sem dúvida para quem gosta de uma boa desculpa para ficar no sofá tem aqui um bom motivo para complementar com os nossos heróis portugueses na pista.

Favoritos

Jonas Vingegaard — Não é habitual ver o dinamarquês nestas andanças. Nada a que não nos possamos acostumar. Se não tem mais ninguém à sua frente, é o favorito de qualquer startlist.

UAE Emirates — Sem as suas duas melhores estrelas, a UAE, ainda assim, é sempre favorita. Chega aqui com armas para todo o tipo de cenário e sem dúvida que irão utilizá-las de acordo com a necessidade. Alguns regressam do Tour, outros estão ansiosos por voltar a competir no World Tour.

Mikel Landa — O fiel escudeiro de Evenepoel, tem estado bem em todos os esforços em que não tem de trabalhar para o belga.

Santiago Buitrago & Pello Bilbao — A Bahrain tem a meu ver a melhor dupla cartada nesta prova. Bilbao foi segundo aqui no ano passado, apenas batido ao sprint por Remco Evenepoel. Buitrago faz um ótimo match com o perfil da prova. Veremos se com o top-10 no Tour e o top-20 na prova de estrada dos Jogos Olímpicos terá a frescura necessária.

A não perder de vista

Ben O'Connor — Após ter ficado de fora do Tour e dos Jogos Olímpicos, o australiano estará certamente fresco para poder lutar por um bom resultado. Fator Jayco.

Giulio Ciccone — Depois de ter ficado à porta do top-10 no Tour de France, o italiano tem aqui uma oportunidade para voltar a liderar a Trek e, se estiver bem, a startlist pode proporcionar-lhe um ótimo resultado.

Neilson Powless — Longe de uma grande época, já venceu aqui. Há que ter em atenção.

Ruben Guerreiro — Embora não esteja a fazer uma grande volta a Burgos, o seu último esforço em provas de um dia rendeu-lhe um quinto lugar.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Jonas Vingegaard. Vai começar a tomar-lhe o gosto.

Henrique Augusto — Dani Martínez. Ao sprint limpa o Vingegaard muita fácil...

O Primož do Roglič — Alaphilippe carimba e vitória e assina a renovação.

Miguel Branco — Isaac del Toro. A caminho da primeira vitória em Grandes Voltas.

Miguel Pratas — Jonas Vingegaard, tal é a diferença para os restantes.

Ricardo Pereira — Vingegaard.