Antevisão — Critérium du Dauphiné

É hora dos candidatos ao 3º lugar no Tour apresentarem a sua candidatura.

Antevisão — Critérium du Dauphiné
Critérium du Dauphiné

Introdução

Finalmente ciclismo a sério. Depois de um mês a levar com o Girofondo de Itália, temos a 75ª edição do Dauphiné.

Esta competição conta com muitos dos candidatos à GC no Tour e serve de barómetro para medir a forma dos mesmos, que chegam aqui após os estágios em altitude.

A Jumbo-Visma dominou a última edição. Roglič foi 1º e Vingegaard 2º. (foto: Cor Vos)

O percurso

Etapa 1 — Etapa relativamente curta de sobe e desce, com cinco 4ªs categorias, as últimas três em circuito. Nem todos os sprinters — também não há assim tantos — vão chegar e a camisola amarela está em jogo. Pode dar fuga.

Chambon-sur-Lac - Chambon-sur-Lac (158km)

Etapa 2 — Etapa de sobe e sobe mas pouco dura, deve terminar ao sprint. A última passagem pela Côte de Guetes (1km @ 7.5%) é a 10km do fim e nem todos os sprinters vão conseguir passar na frente.

Brassac-les-Mines - La Chaise-Dieu (167.3km)

Etapa 3 — Etapa para os sprinters. Groenewegen e Bennett esfregam as mãos.

Monistrol-sur-Loire - Le Coteau (194.1km)

Etapa 4 (ITT) — Contrarrelógio individual sem grandes inclinações mas com os últimos 10km sempre a subir. Estes 31 quilómetros vão ser decisivos para a luta pela camisola amarela.

Cours - Belmont-de-la-Loire (31.1km)

Etapa 5 — Dia de aquecimento para o que aí vem. O Côte de Thésy, já dentro dos últimos 20km, impõe respeito: 3.7km a 8.2%, com a primeira metade da subida acima dos 10%. Dia para os puncheurs.

Cormoranche-sur-Saône - Salins-les-Bains (191.1km)

Etapa 6 — O primeiro dia já com alguma dureza. Vai ser discutida pelos puncheurs ou pela fuga e vão haver ataques na parte final.

Nantua - Crest-Voland (170.2km)

Etapa 7 — Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Dia da final da Liga dos Campeões. Dia da etapa rainha do Dauphiné. Dia do Col de la Madeleine. Dia do Col du Mollard. Dia do Col de la Croix de Fer. Dia de sofá após o almoço sem direito a sesta. Dia de Vingegaard.

Porte-de-Savoie - Col de la Croix de Fer (147.9km)

Depois de chegarem ao topo da Col de la Madeleine ainda faltam 75 quilómetros para a meta.

Col de la Madeleine (24.8km @ 6.1km)

Depois de chegarem ao topo do Col du Mollard ainda faltam 20 quilómetros para a meta.

Col du Mollard (18.3km @ 5.7%)

Finalmente a chegada à meta, na Cruz de Ferro. Só chega vivo quem tem pernas de ferro.

Col de la Croix de Fer (13.1km @ 6.1%)

Etapa 8 — Etapa diabólica com 6 subidas categorizadas. Fuga ou geral? Depende das diferenças. Aqui tudo pode acontecer: pode ser uma etapa caótica, como gostamos; ou pode ser uma daquelas etapas à Giro 2023, em que os favoritos esperam até aos derradeiros quilómetros para tentar algo.

Le Pont-de-Claix - La Bastille – Grenoble Alpes Métropole (152.8km)

O Mur de Huy é um menino ao lado da La Bastille. Os últimos 1.8 quilómetros do Dauphiné, têm 13.6% de pendente média.

La Bastille (1.8km @ 13.6%)

O que esperar

Nesta edição montanhosa o foco está pura e simplesmente na GC. Dos candidatos à geral no Tour apenas quatro não estão presentes: Romain Bardet (DSM), Tadej Pogačar (UAE), Mattias Skjelmose (Trek) e Simon Yates (Jayco).

Isto diz muito do nível aqui presente e da necessidade de alguns se afirmarem perante os seus rivais. O Tour começa aqui.

Favoritos

Jonas Vingegaard — O grande favorito. O melhor trepador do mundo conta com uma equipa forte ao seu lado e tem um longo contrarrelógio que o favorece relativamente aos outros corredores da GC. Aqui espero vê-lo a fazer o que fez n'O Gran Camiño e na Itzulia: arrasar a concorrência.

Richard Carapaz — O equatoriano recém-chegado à EF tem como grande objetivo da temporada o Tour e o pico de forma está a chegar. Chega moralizado depois da vitória no Mercan'Tour. Nas montanhas pode rivalizar com Vingegaard.

Daniel Martínez — Nunca sabemos que versão do colombiano vamos ver mas parece-me claramente a melhor opção da poderosa INEOS. O contrarrelógio também o favorece e tem de dar ao chinelo, está no último ano do contrato.

A não perder de vista

Adam Yates — Foi imperial na Romandia e, pelo que vimos lá, o contrarrelógio não será um problema. Este ano brilhou no Jebel Hafeet e no Thyon 2000 pelo que espero vê-lo em grande na etapa rainha.

Enric Mas — Talvez seja cedo para vermos o Mas da última metade da temporada passada, ainda assim pode dar para o top-5.

David Gaudu — Gostava de ver a versão do Paris-Nice e não a versão das Ardenas.

Mikel Landa — Está a fazer uma grande temporada mas tendo em conta o contrarrelógio e a concorrência, não o vejo a terminar dentro do top-5.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Jonas. Mantendo o critérium.

Henrique Augusto — Eu não queria mas não dá. Vingegaard.

Lourenço Graça — Vingegaard. Um aperitivo para o Tour.

Miguel Branco — Jonas Vingegaard. Sem precisar de atacar.

Miguel Pratas — Jonas Vingegaard, e sem forçar muito.

Ricardo Pereira — Vingegaard. E Laporte segundo.

Sondagem falso plano