Antevisão — Classic Brugge-De Panne
No melhor Panne, cai a nódoa. Teremos o Philipsen de Sanremo ou o Philipsen do Tirreno?
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Introdução
Nasceu no final dos anos 70 e durante muito tempo era uma prova por etapas, os famosos Três Dias de Bruges-De Panne (Três Dias de Panne para facilitar). Na Bélgica, podem-se mudar os nomes às competições, mas o espírito permanece: entre vilas de ruas apertadas e rectas completamente expostas e sem fim à vista logo se decidirá o vencedor. A Brugge-De Panne é isso mesmo, uma clássica World Tour que tem alternado entre vitórias ao sprint e chegadas de grupos menos numerosos. Os sprinters têm dominado as últimas edições (Sam Bennett em 2021, Tim Merlier em 2022 e Jasper Philipsen em 2023, ainda que este último tenha vencido numa chegada a quatro) e o mesmo se espera em 2024, tendo em conta que a startlist está recheada de sprinters talentosos.
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O percurso
Isto não tem nada que saber: uma planície de percurso. Não há dificuldades em altitude, portanto, as diferenças terão de ser feitas através da força, a rolar. A meteorologia não parece propriamente muito feia — não se espera chuva e o vento não passa os dez quilómetros por hora, pelo menos à hora em que este texto foi escrito. São três passagens pela meta dentro do circuito final para um total de 201 quilómetros.
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O que esperar
Não estou a ver outro cenário que não acabe num sprint — mesmo que este não seja massivo e sim apenas com um lote de 30 ou 40 corredores. As equipas estão construídas para isso, aliás, não são equipas, são comboios. Há muitos poucos homens de ataque, o vento não está propriamente a convidar aos cortes no pelotão e por isso julgo que está tudo apostado no mesmo: vitória ao sprint. É claro que é sempre um risco escrever estas palavras tão tranquilas numa prova que decorre na Bélgica (algo que eu também fiz em 2023 e com um resultado miserável). E, assim sendo, é meio aquela coisa: a história repete-se ou desta é que é? Pois. Pode sempre haver quedas, um par de feitiços flandrianos ou animais selvagens a atravessar a estrada e isso pode provocar outro desfecho, claro. Mas isso já está fora do meu controlo. E bom, se o Morgado decidir ganhar amanhã também é algo que está fora do meu controlo. Até porque aqui não há pavê e ele se calhar até gosta.
Favoritos
Jasper Philipsen — A nível de sprint este não está a ser o melhor início de temporada. Mas quem ganha a Milano-Sanremo só pode estar com resmas de confiança.
Tim Merlier — Tem sido muito difícil batê-lo — a não ser naquela Gaviria que fez no Tirreno-Adriatico. É, inegavelmente, um dos homens em melhor forma e um dos grandes candidatos a vencer.
Arvid de Kleijn — A Bélgica não é propriamente a sua zona do planeta preferida. Mas se o tanque neerlandês quer figurar entre os melhores do mundo também tem de ganhar aqui.
A não perder de vista
Fabio Jakobsen — Lund Andresen, Degenkolb, Eekhoff, Timo Roosen… O comboio é rápido e espaçoso. E o segundo lugar na Nokere Koerse antevê melhorias. Vejamos se chegou a altura.
Sam Welsford — Foi há uma eternidade e meia aquele Tour Down Under onde o australiano foi rei e senhor. Mas quem tem Danny Van Poppel…
Dylan Groenewegen — Perder para Mozzato (Bredene Koksijde) é mau, bastante mau para um homem com as suas credenciais. Mas isso também significa que descer mais baixo não é propriamente possível. E isso pode libertar as pernas do neerlandês.
Apostas falso plano
Fábio Babau — Jakobsen na cara do Lefevere.
Henrique Augusto — Merlier na Bélgica é o Kittel.
Lourenço Graça — Philipsen continua o seu legado.
Miguel Branco — Jasper Philipsen. Agora agarrem-no.
Miguel Pratas — Morgadão, na fronha do Laurenz Rex.
Ricardo Pereira — Morgado. Nem sei bem que prova é..