Antevisão — Classic Brugge-De Panne

Estamos mesmo a precisar de uma corrida sem sobressaltos para desenjoar. Venha de lá essa sprintalhada.

Antevisão — Classic Brugge-De Panne
Classic Brugge-De Panne

Introdução

Aquilo que eram os Três Dias de De Panne deram a origem a uma das mais importantes clássicas World Tour no que aos sprints diz respeito. A Brugge-De Panne é uma corrida descomplicada: esperar pelos últimos dez quilómetros, ver a aproximação à meta, a formação dos comboios e esperar pelo sprint final. Nesse sentido, os Três Dias de De Panne, com quatro etapas em três dias por terrenos da Flandres — e traçados algo distintos para sprinters, puncheurs e especialistas contra o relógio —, sempre eram mais emocionantes, mas sejamos sinceros: nós, adeptos, também precisamos de um dia sem grandes sobressaltos. Desde 2018, aquando da transformação da prova por etapas para esta clássica, só em 2020 não deu sprint, num dia em que o vento dizimou o pelotão e Lampaert aproveitou a boleia. Viviani, Groenewegen, Sam Bennett e Tim Merlier foram os vencedores das restantes edições — o neerlandês e o irlandês estão cá para tentar a dobradinha. Sentemo-nos confortavelmente.  

O vencedor da última edição, Tim Merlier, não estará presente este ano. (foto: Luc Claessen / Getty Images)

O percurso

Optámos por não colocar nenhuma imagem do percurso nesta antevisão uma vez que não havia nada para ver. Era só uma recta plana, com o tal verde vivo do Pro Cycling Stats, que não ia acrescentar grande coisa às vossas vidas, estimados leitores. São 213 quilómetros planos, com um final em circuito e com uma aproximação à meta relativamente técnica —nomeadamente uma ligeira curva à direita que deixa os corredores a 300 metros da meta — e relativamente estreita. Em De Panne é tudo relativamente.

O que esperar?

O que esperar? É mesmo isso, esperar pelo final e ver quem é o mais rápido. A não ser que deixem as janelas abertas e apareçam abanicos criados pelo vento e pelas estradas despidas da Flandres. Esperam-se aguaceiros e vento a rondar os 30 km/h. Não é uma ventania, mas também não é nada. Confiamos nos senhores da meteorologia ou nos sprinters?

Favoritos

Jasper Philipsen — As duas vitórias no Tirreno-Adriatico revelam que a forma está a chegar ao sítio que ele quer (mais um 15.º lugar na Milano-Sanremo). Claro que aqui não tem Mathieu Van der Poel, mas só não vai estar no pódio se acontecer algum acidente.

Fabio Jakobsen — A temporada não está a ser propriamente famosa, mas a verdade é que a vitória no Tirreno-Adriatico, perante Philipsen, afastou alguns fantasmas. Todos esperamos mais. É, juntamente com Philipsen, o maior favorito.

A não perder de vista

Olav Kooij — Agora que sprinta sempre contra os melhores a coisa está mais complexa. O triunfo, que andava difícil, surgiu no Paris-Nice. Na chegada a De Panne vai ter um senhor comboio à sua volta — com os irmãos Van Dijke, Timo Roosen, Tosh Van der Sande e Jos Van Emden. Cuidado.

Dylan Groenewegen — Sabemos que ele é rápido, mas nunca sabemos como vai acordar. Venceu aqui em 2019 e tem Mezgec para o colocar no sítio.

Sam Bennett — Sim, ele gosta é de grandes voltas. Mas aqui, além de Danny Van Poppel traz Jordi Meeus no comboio. Tem de estar nos melhores ou já começa a parecer mal.

Juan Sebastián Molano — Está a voar. Eu sei que é estranho ele estar aqui, mas está a voar.

Apostas falso plano

Henrique Augusto — Gaviria. Pójaiters.

Lourenço Graça — Philipsen. Só com uma mão no guiador.

Miguel Branco — Fabio Jakobsen. Esta é para ti, Merlier.

Miguel Pratas — Vai ganhar o futuro-melhor sprinter do mundo: Olav Kooij.

Ricardo Pereira — Emīls Liepiņš. Pena o Jack Haig estar na Catalunha.

Sondagem falso plano