Antevisão — Cadel Evans Great Ocean Road Race

Não temos Plapp, não temos vencedor australiano. Que vença um neozelandês.

Antevisão — Cadel Evans Great Ocean Road Race
Cadel Evans Great Ocean Road Race

Introdução

Chegámos à 9.ª edição da Cadel Evans Great Ocean Road Race, altura de se fechar mais um ciclo por terras australianas e de se desligarem os despertadores que andaram a tocar de madrugada — por enquanto.

Quem será o sucessor de Laurence Pithie? Será ele mesmo? Ou será que teremos a vitória de um homem da casa? Em oito edições, apenas um australiano a venceu: Jay McCarthy na quarta edição em 2018.

Com um percurso que permite vários tipos ciclistas disputarem a vitória, esta prova já teve vencedores tão distintos como Peter Kennaugh (2016) e Elia Viviani (2019).

Nas oito edições anteriores, o número máximo de ciclistas a disputar a vitória foi de 33 elementos.

Laurence Pithie foi o vencedor da última edição da prova. (© Cadel Road Race)

O percurso

Com a partida e a chegada em Geelong, os ciclistas terão de percorrer 183,8 quilómetros.

Geelong - Geelong (183.8km)

Os ciclistas fazem cerca de cem quilómetros iniciais com alguns falsos planos. Chegando ao quilómetro cento e dez enfrentam a primeira de quatro passagens pelas subidas Challambra Crescent (1,1 km a 8,6%) e Melville (0,4 km a 9,5%) e a consequente entrada no circuito final de vinte e um quilómetros, que será completado por três vezes.

Challambra Crescent (1.1km @ 8.6%)

Na última passagem por Challambra Crescent e Melville os ciclistas ficam a cerca de oito quilómetros da meta, que serão feitos em ligeira descida até à meta.

O que esperar

Com um pelotão reduzido de 14 equipas, esta corrida deverá ser decidida por ciclistas atacantes, como trepadores e sprinters/puncheurs. A falta de elementos de trabalho no pelotão para ajudar os sprinters puros a não descolar deverá resultar num pequeno grupo de atacantes a disputar a vitória. 

Esta corrida tem duas fases, a primeira até aos cem quilómetros, será para controlar a fuga. A segunda com a chegada a Challambra Crescent, onde os ciclistas devem começar a forçar e a impor ritmos altos nas duas primeiras passagens. Os ataques decisivos deverão ocorrer nas duas últimas passagens. 

Ciclistas como Onley ou Romo devem tentar endurecer ao máximo para terem hipóteses de vitória, até porque num pelotão com nomes como Pithie, Strong ou Coquard, não se pode deixar tudo para o final. 

Favoritos

Corbin Strong — Com um quinto e quarto lugares em edições anteriores, será desta que sobe três lugares e vence a prova? O perfil da corrida é ideal para ele. 

 Laurence Pithie — Na única oportunidade que Sam Welsford lhe deixou no Tour Down Under, terminou em quarto (apesar de ter sido desqualificado por um encosto na parte final do sprint). Pode mostrar novamente os atributos que levaram a RedBull - BORA a contratá-lo


Finn Fisher-Black — Esteve em bom nível no Tour Down Under. Num dia de boas pernas, pode vencer a solo com um ataque na última subida.

A não perder de vista

Alberto Bettiol — Tem o perfil para esta prova, mas também costuma ter cãibras. Não se apresentou no seu melhor nas últimas provas na Austrália, não acredito que possa ganhar, mas vai estar no grupo que irá disputar a vitória.

Bryan Coquard — Sprints com dureza é com ele. Venceu num sprint mais plano recentemente e mostrou estar com boas pernas. Acho que vai ser muito duro para ele, mas não se podem distrair, porque se deixarem chegar um grupo de vinte a trinta elementos é provável que ele esteja lá.

Carlos Canal — Ciclista com perfil de sprint/punch, ideal para esta prova. Vem mostrando boa forma. Será o primeiro espanhol a vencer esta prova?

Magnus Sheffield — O ciclista todo-o-terreno é a melhor aposta da INEOS para obter um bom resultado nesta prova. Pode surpreender com um ataque, tanto numa subida como em terreno plano, e vencer a solo.

Apostas falso plano

André Dias — O prodígio do ITT australiano Zac Marriage com uma fuga a 150km da meta. Fácil.

Fábio Babau — Finn Fisher-Black. Só para a gente o levar na FSA.

Henrique Augusto — Albert Philipsen estreia-se a ganhar no WT aos 18 anos. Procurem aí nos livros de história se é recorde.

O Primož do Roglič — A aposta do Laurence seria Pithie.

Miguel Branco — Carlos Canal. O meu canal favorito é aquele em que a Movistar ganha uma corrida por semana.

Miguel Pratas — O Homem do Busatto.

Nuno Gomes — Pithie, fácil.

Rogério Almeida — Corbin is the Strongest.