Antevisão — Bretagne Classic - Ouest-France
Teremos vingança de WVA, mais história de Girmay ou redenção de Pogacar?
![Antevisão — Bretagne Classic - Ouest-France](/content/images/size/w1200/2022/08/bretagnneee.jpg)
Introdução
O ano passado tivemos espetáculo em França. O então favorito Julian Alaphilippe lançou-se ao ataque a mais de 60 quilómetros da meta e levou consigo o seu colega Honoré, o seu discípulo Cosnefroy e um rapaz de seu nome Pogacar. O então recém coroado bi-campeão do tour deu-nos um vislumbre da sua mortalidade e ainda muito longe da meta abriu para o lado e entrou no carro da equipa. O grupo conseguiu alcançar os fugitivos, manter alguma distância para um pelotão desfeito que o perseguia e entre si disputou a vitória, com Cosnefroy a bater o campeão do mundo ao sprint, alcançando a maior vitória da sua carreira.
Com o cartaz deste ano tudo aponta para que esta edição não fique nada atrás, temos duas das maiores estrelas do ciclismo (as duas maiores?) a quererem redimir-se da má imagem recentemente deixada, uma série de homens rápidos a tentar sobreviver aos muros, muita luta pelos essenciais pontos em disputa e um percurso que permite a corredores de diversos perfis lutarem pela vitória.
![](https://www.falsoplano.pt/content/images/2022/08/cosnefroy.jpg)
O percurso
Os ciclistas terão pela frente uma quilometragem digna de um monumento, uma autêntica maratona de 256 quilômetros com um sobe e desce constante, não há nenhum espaço de 10 quilômetros planos, para que se entenda a dificuldade deste terreno.
Será na entrada dos 75 quilômetros finais que começará a parte mais difícil do percurso, com nove topos concentrados nessa fase, onde se destacam as subidas a Bot Coet (1km a 7% com os últimos 500 metros acima dos 9%) que abre a fase final do percurso e a Marta (0.9 km a 8.4%) que é ultrapassada à entrada dos últimos 25 quilômetros e leva os ciclistas que ainda estiverem na discussão da prova nesta fase até à sequência final de 4 subidas (todas com menos de um quilômetro e com pendentes a rondar os 5%) que culmina na última dificuldade do dia, a subida a Le Lezot (0.9km a 4.7%) e que termina a 4 quilómetros da meta.
Depois uma descida leva os ciclistas até aos 300 metros planos que consagrarão o vencedor na linha de meta.
O que esperar?
O percurso é ondulante mas não tem nenhuma dificuldade que marque claramente a corrida, o que dificulta a perceção de onde se passarão as movimentações decisivas. Esperamos um endurecimento da parte das equipas dos punchers para tirar os homens rápidos - Arnaud de Lie, Nizzolo, Viviani e Démare - da disputa, e depois uma série de ataques nas maiores dificuldades que se encontram ainda longe da meta, até que se reúna um grupo entre 4 a 8 unidades. Neste tipo de clássicas é muito difícil controlar a partir do pelotão, o terreno não facilita e quando há gente forte na frente, raramente alguém lhes volta a pôr a vista em cima. Depois de formado e sem grande dureza nos últimos quilómetros, alguém dentro do grupo pode aproveitar alguma descoordenação e vencer a solo mas apontamos mais para uma disputa entre si ao sprint.
Favoritos
Wout Van Aert — Se chegar um grupo, o belga será em teoria o mais rápido. O problema é a má avaliação que tem feito dos sprints em grupos pequenos, muitas vezes provocada pelo facto de ser o ciclista mais marcado em competição e ter que responder a tudo. Se já tiver aprendido a lição, não vejo quem o possa deixar para trás nas subidas nem quem o possa bater ao sprint.
Biniam Girmay — Não tem ainda muito historial neste tipo de provas, mas o perfil encaixa que nem uma luva. Não pode falhar no posicionamento e tem que seguir a movimentação correta, mas chegando ao final no grupo certo poderá escrever mais uma bonita página na história do desporto africano.
Tadej Pogacar — Pogi em prova é Pogi favorito. O esloveno já provou ser capaz de bater gente teoricamente mais rápida que ele no final de provas longas e duras como esta e pode ser um dos principais perigos para quem quer levar a decisão para o último quilômetro. Irá tentar ser protagonista, depois logo se vê até onde as pernas o permitem ir.
Ninguém ficaria surpreendido com…
Michael Matthews — Este é o terreno que MM mais gosta. Duro o suficiente para tirar os sprinters puros da corrida mas não o suficiente para o tirar a ele da corrida. Já venceu em 2020 e não será surpresa vê-lo mais uma vez na discussão da corrida.
Benoít Cosnefroy — Costuma andar bem nesta fase da época, é dos mais explosivos do pelotão em pequenos topos e venceu o ano passado. Apesar da forte concorrência, o francês quererá defender o titulo.
Dylan Teuns — Contratação desesperada da Israel para correr as clássicas todas que lhe aparecerem pela frente e recolher pontos suficientes para que haja esperança na manutenção no WT. Venceu na Fléche, tem sido constantemente dos melhores em terreno ondulante e é um dos nomes a ter em conta se a corrida for muito endurecida.
Estar atento a….
Alex Aranburu — Falhou a Vuelta para angariar pontos e tem cumprindo a sua função. Venceu o Tour du Lumousin, fechando pódio em todas etapas e mostrando que está num bom momento. A solo ou ao sprint num grupo restrito será sempre uma ameaça.
Valentin Madouas — O todo o terreno da FDJ tem conquistado a pulso o direito a ser mencionado para todas as clássicas. Tem andado bem o ano todo e em conjunto com Gaudu, Küng e Storer podem formar um bloco para partir a corrida e selecionar muito quem a poderá disputar.
Jhonatan Narváez — Boa forma, boa ponta final e um estilo de correr muito arrojado podem levar o equatoriano a finalmente levantar os braços numa clássica.
Apostas falso plano
Henrique Augusto: Eu vou com Bagioli. Só porque me custou deixá-lo de fora.
Lourenço Graça: WVA. The GOAT is back.
Miguel Branco: Mauro Schmid. Depois do amarelo com o Boavista tem de mostrar outra imagem.
Miguel Pratas: Que me perdoem Van Aert e Pogacar mas desta vez vou com Benjamin Thomas.
Ricardo Pereira: Bling Matthews limpa isto.