Antevisão — BEMER Cyclassics
Poker de Viviani? Fold.
Introdução
Uma das poucas oportunidades para os sprinters ganharem clássicas WT regressa amanhã após dois anos de ausência, num circuito à volta de Hamburgo e os homens rápidos compareceram em peso. Apesar de alguns topos nos 50 km finais, desde 2007 que ninguém consegue surpreender os sprinters (Alessandro Ballan).
Depois de 130 km iniciais sem dificuldades, os corredores chegam aos 50 km mais acidentados da prova, onde terão pela frente 7 subidas.
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A mais dura, Waseberg (0,9km a 7,7%) é ultrapassada por 3 vezes, a última das quais marca o fim das dificuldades e deixa o pelotão a 17 km da meta que se farão num percurso muito rápido em direção à meta.
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O que esperar?
Apesar da tradição gritar sprint massivo em todas as direções, existirão corajosos a tentar a sua sorte no circuito final. Ai as equipas dos sprinters têm que fazer o equilíbrio perfeito entre manter os fugitivos a uma distância alcançável e não deixar para trás os seus sprinters de modo a poderem nos últimos 20 km encetar uma perseguição demoníaca e levar a decisão para o risco de meta.
Uma das curiosidades será perceber se equipas como Alpecin e Jumbo tentarão endurecer para deixar para trás homens como Groenewegen e Jakobsen de modo a reduzirem a concorrência para o sprint final.
Esperamos uma batalha entre os melhores sprinters do mundo, mas desejamos boa sorte a todos os aventureiros que tentarem enganar este pelotão.
Favoritos
Wout Van Aert - Se WVA está em prova, é favorito. Ainda está por nascer um perfil que não lhe assente bem e este não é exceção. Procurará com a sua equipa endurecer a corrida para eliminar alguns dos principais sprinters e poderá com Laporte formar uma dupla terrível e reduzir o leque de corredores a disputar a chegada.
Jasper Philipsen - Tem dado mostras que dos sprinters de topo é dos que melhor passa pequenos topos e isso pode colocá-lo na situação ideal para vencer. Forte no posicionamento e rapidíssimo no final, ninguém ficaria surpreendido ao ver o belga levantar os braços pela 2º vez esta semana.
Fabio Jakobsen - Provavelmente o homem mais rápido do pelotão, traz um bloco muito forte, vem estrear a sua camisola de campeão europeu e caso a chegada se dê em pelotão compacto, será o principal candidato à vitória.
Arnaud Demare - Que bem tem funcionado o comboio da FDJ este ano! O francês está a ter uma ótima época e tem aqui uma grande oportunidade para frente aos maiores sprinters do mundo mostrar que merece pertencer a esse grupo e vingar a derrota nos europeus.
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Estar atento a…
Dylan Groenewegen - Tal como Jakobsen necessitará de uma corrida pouco endurecida para estar na luta. Mas caso passe as dificuldades, é um dos sprinters com maior velocidade de ponta do pelotão e pode vencer.
Caleb Ewan - Esta prova tem a cara de Caleb Ewan, já venceu em 2016 e em 2019 apenas foi batido por Viviani. Mas o pequeno australiano está a ter uma época para esquecer e terá que inverter essa tendência para salvar a sua equipa da despromoção.
Elia Viviani - O italiano tem sido dono e senhor desta clássica. Venceu as últimas 3 edições (2017-2019) e quererá manter esse domínio. A concorrência é muita, a forma não parece ser a melhor, mas Viviani pode usar a sua experiência para voltar a colocar o seu nome na lista de vencedores.
Phil Bauhaus - O sprinter da Bahrain é capaz do melhor e do pior mas quando está nos seus dias pode dar luta a praticamente todos os homens rápidos do pelotão. Precisará de uma colocação e um timing de saída perfeitos, mas vencer em casa seria especial e vai dar tudo para realizar esse sonho.
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Para uma corrida louca…
Christophe Laporte - WVA já mostrou que é capaz de permitir aos seus colegas alguma liberdade e com o intuito de endurecer a corrida Laporte poderá tentar sair numa das colinas. Encontrando-se num grupo pequeno pode fazer uso da sua excelente forma para somar a BEMER à Volta à Dinamarca e fechar com chave de ouro uma semana impressionante.
Magnus Cort Nielsen - O popular bigode dinamarquês é uma caixinha de surpresas. Sabendo que num sprint puro não tem hipóteses frente ao elenco presente, poderá tentar tanto de longe como com um ataque nos últimos 3 km. Quanto mais restritiva a corrida, mais hipóteses terá de vencer.
Nils Pollitt - O gigante alemão não tem aqui um sprinter para o amarrar e se houver hesitações no pelotão ao se reorganizar depois das subidas, o motor de Pollit pode surpreender e vencer a solo.
Alberto Bettiol - O mais surpreendente vencedor da na Flandres tem feito uma época interessante, provou na Suíça que está com uma boa ponta final, está numa equipa que terá interesse numa corrida dura e caso um pequeno grupo consiga enganar o pelotão, o italiano será um dos nomes a ter em conta.
Apostas falso plano
Henrique Augusto: Depois do regresso de Bennett às grandes vitórias na Vuelta, aposto em Caleb Ewan para seguir o mesmo caminho!
Lourenço Graça: Wout Van Aert. Como não apostar no monstro?
Miguel Branco: Eu também não gosto dele mas enfim: Arnaud Démare.
Miguel Pratas: Sprint massivo ou sprint reduzido? Ganha Van Aert.
Ricardo Pereira: Jasper Philipsen.