Antevisão — Amstel Gold Race

Haverá novamente Pogashow?

Antevisão — Amstel Gold Race
Amstel Gold Race

Introdução

Começa aqui a festa das Ardenas. Esta é a primeira de três corridas de um dia que acontecem em meados do mês de Abril e que vai culminar com mais um Monumento, a Liège-Bastogne-Liège. O ano passado assistimos ao maior melão da época quando Cosnefroy se apercebeu que afinal tinha perdido para Kwiatkowski. Este ano, naquela que é a quinquagésima sétima edição, acho que vai ser limpinho, limpinho.

Michał Kwiatkowski venceu a última edição no photo finish. Benoît Cosnefroy ainda celebrou.

O percurso

A corrida vai-se desenrolar na zona montanhosa que rodeia Valkenburg e prima pela quantidade de pequenas subidas que temos ao longo do percurso, mais precisamente 29, sendo que algumas delas vão ser ultrapassadas mais do que uma vez. Nenhuma delas muito grande, mas no total são 3000 metros de acumulado. Não é brincadeira nenhuma, considerando que os ciclistas vão percorrer cerca de 253 quilómetros.

Destaco o Gulperbergweg (a 43kms do fim; 600m a 8.5%), o Kruisberg (a 38kms do fim; 600m a 8.5%), o Eyserbosweg (a 36kms do fim; 900m a 9.3%), o Fromberg (a 31kms do fim; 700m a 4.6%) e o Keutenberg (a 27kms do fim; 1.1Km a 6.8%). Esta sequência de subidas preenche 16kms de corrida e são a aproximação ao Cauberg (600m a 8.3%). Quando estiverem a subir a mais icónica ascenção desta clássica estaremos a 17.5kms do final da corrida e provavelmente na altura das grandes decisões.

Cauberg, a subida mais icónica da Amstel Gold Race.

Algo que quero realçar também é o vento que poderá existir no dia da corrida. Está previsto vento de noroeste que em certas alturas pode ser forte e criar alguns abanicos. Ainda assim, não creio que seja determinante ao ponto de decidir a corrida, pois nesta zona as mudanças de direção do vento são constantes.

Maastricht - Berg en Terblijt (253.6km)

O que esperar?

Como referi acima, teremos uma sequência de subidas que começam a 43 quilómetros do fim que me parecem mesmo ao jeito de um ataque de Tadej Pogačar. Pois, é isso mesmo. Parece-me que tudo andará à volta de quando vai haver Pogashow. Serão as equipas todas a tentar tardar um ataque daquele que é o alvo a abater e para isso só me ocorre uma opção. Irem lançando vários ciclistas para a frente da corrida e aí teremos algumas equipas com ciclistas capazes de poder não tornar isto assim tão óbvio.

A INEOS com Pidcock, Kwiatkowski e Sheffield parece-me um dos blocos mais fortes. Temos também a FDJ com Gaudu, Madouas e Grégoire. Esta é aquela que me dá mais esperanças de poder mexer bastante na corrida, pois tem peças em boa forma e que estão habituadas a estas andanças.
Outra delas é a EF com ciclistas em muito boa forma, Healy, Shaw e Powless. Bem, Powless é mesmo aquele que na minha ótica poderá mesmo fazer frente a Pogačar a par de Pidcock.

E depois as incógnitas. Boas equipas, mas que me deixam curioso do que serão capazes ou não de fazer. A BORA com Higuita, Hindley e Schelling. Atenção a Schelling.
E a Jumbo-Visma que conta com Benoot e Attila Valter como cartas fortes. Mas que me parece curto para aquilo que vão ter pela frente.

Queria só relembrar que o nosso Ruben Guerreiro tinha como ambição as clássicas das Ardenas. Veremos do que é capaz de fazer. E atenção também a Rui Costa. Será que continua em forma?

Ainda só mais uma coisa. Mete dó a equipa da Quick Step.

Favoritos

Tadej Pogačar — O super favorito. Acho que vamos ver novamente o vitória a solo daquele que caminha para ser o melhor ciclista de todos os tempos.

Thomas Pidcock - Sabemos do que é capaz de fazer, mas será capaz de derrotar aquilo que parece óbvio? Se já tiver atingido a melhor forma depois da queda que teve, acho que podemos ter essa esperança.

Neilson Powless - Não sei se é efetivamente o terceiro favorito, mas achei que já merecia um lugar nesta categoria. Forma excelente, belos resultados e se Poga cair por exemplo, ele pode ser o vencedor.

A não perder de vista

David Gaudu ­— Aquele que acho que poderia estar na categoria de cima.

Benoît Cosnefroy - Será que o melão tem cura?

Valentin Madouas - Eu disse que a FDJ tinha um excelente bloco e acho que merecem dois ciclistas nesta categoria.

Mattias Skjelmose - Um ciclista em ascensão, mas que tem estado sempre muito perto das grandes decisões. Creio que desta vez não será diferente.

Alexey Lutsenko - Vem de vencer a Volta à Sicilia com um primeiro lugar na última etapa e uma bela exibição. Está em forma e Lutsenko em boa forma, cuidado.

Ide Schelling - Até me podem chamar maluco, mas Ide passear. Tenho este feeling e pronto.

Apostas falso plano

Fábio Babau — Thomas Pidcock, vai cortar a meta a comer.

Henrique Augusto — Mauro Schmid. Penso que vai ser para um outsider, porque não este?

Lourenço Graça — Tadej Pogačar. Se não ganhar, vou dizer no próximo podcast que ele é um flop.

Miguel Branco — Mattias Skjelmose. Há amores que são para a vida.

Miguel Pratas — Sai uma caneca Amstel de litro e meio para Tadej Pogačar.

Ricardo Pereira — Oh, é Pogačar. Nem mete piada.

Sondagem falso plano