Análise às Equipas — Tour de France

Análise falso plano às 22 equipas presentes nesta edição da Volta à França.

Análise às Equipas — Tour de France

Team Visma | Lease a Bike

Team Visma | Lease a Bike

A equipa do campeão em título apresenta-se novamente com uma super-equipa e o objetivo é o mesmo: vencer a Volta a França com Jonas Vingegaard. Os últimos dois meses não têm sido fáceis para o dinamarquês — não corre oficialmente desde o fatídico dia 4 de Abril — mas os sinais têm sido positivos e cá está ele pronto a dar luta a um tal esloveno. Round 4, here we go!

Conta com dois corredores americanos de altíssimo nível na montanha mas em estados de forma completamente opostos: Matteo Jorgenson está a ter um início de sonho na Visma, com a vitória no Paris-Nice e o 2.º lugar no Dauphiné;Sepp Kuss está a fazer uma temporada miserável — há quem diga que é castigo dos Deuses do ciclismo pelo que se passou na última edição da Vuelta, e eu concordo.*

Wout van Aert também não está a ter um ano fácil. A queda feia sofrida na Através da Flandres está a estragar-lhe a temporada mas acredito que vai estar a um bom nível, dividindo o seu foco entre o apoio ao seu líder e a busca pelo seu décimo triunfo no Tour. Tiesj Benoot, Wilco Kelderman, Christophe Laporte e Jan Tratnik (de saída para a BORA), habituados a estas andanças, dispensam apresentações.

*Sepp Kuss não recuperou do COVID e não irá iniciar o Tour. Bart Lemmen é o seu substituto. Boa temporada para o neerlandês de 28 anos: 5.º no Tour Down Under e 2.º na Volta à Noruega.

bitaite falso plano: Vingegaard fica em 2.º, com larga vantagem para o 3.º, e Van Aert vence uma etapa.

Decathlon AG2R La Mondiale Team

Decathlon AG2R La Mondiale Team

A equipa sensação de 2024 apresenta-se com dois objetivos muito claros: fazer uma boa classificação geral com Felix Gall (8.º na última edição) e vencer pelo menos uma etapa. Na última edição o austríaco fez uma terceira semana de sonho, vencendo a etapa rainha em Courchevel e escalando posições na geral.

Para vencer etapas a maior esperança da equipa é Sam Bennett que está a mostrar um nível que já não víamos há algum tempo: arrasou nos 4 dias de Dunquerque e não venceu a etapa inaugural no Dauphiné por muito pouco. Dorian Godon (2 vitórias em 2024) e Paul Lapeira (4 vitórias), campeão francês, têm qualidade para conquistar um triunfo aqui.

Bruno Armirail (campeão francês de contrarrelógio), Oliver Naesen, Nans Peters e Nicolas Prodhomme completam o bloco da Decathlon. A grande ausência é Benoît Cosnefroy, que soma sete triunfos em 2024.

bitaite falso plano: Mais um top-10 para Gall.

Alpecin - Deceuninck

Alpecin - Deceuninck

Com estes sabemos sempre com o que contar: vão às grandes voltas com o objetivo de conquistar etapas. A streak terminou no Giro com o fiasco de Groves & Cia. mas aqui levam as trutas. Jasper Philipsen foi o sprinter dominante da última edição (4 triunfos) e a expectativa é que repita a dose ainda para mais tendo em conta as ausências de Merlier, Kooij e Milan. Para tal conta com o lançador da sua confiança, um tal Mathieu van der Poel, além dos habitués Jonas Rickaert, Søren Kragh Andersen e Silvan Dillier.

Axel Laurance (4 vitórias em 2024), atual campeão do mundo de sub-23, faz a sua estreia em grandes voltas e é uma alternativa de luxo a Philipsen e MvdP para as etapas com alguma dificuldade. Gianni Vermeersch (grande temporada) e Robbe Ghys, tal como Laurance, fazem a sua estreia na Volta a França.

bitaite falso plano: Philipsen repete os quatro triunfos da última edição. Van der Poel perde o prémio de melhor lançador para Fernando Gaviria.

Arkéa - B&B Hotels

Arkéa - B&B Hotels

A Arkéa nem é carne nem é peixe. Metade da equipa é talhada para os sprints mas, neste momento, não vejo qualidade para conseguirem algo mais do que meia dúzia de top-10 nesta componente. Pelo poster da equipa, parece que é Arnaud Démare o destaque da equipa, algo que me causa estranheza uma vez que em 35 dias de corrida este ano apenas conseguiu um par de top-10 e, claro está, na pas de êxitos. Amaury Capiot, Daniel McClay e Luca Mozzato são homens rápidos que se sabem posicionar bem e, muito sinceramente, acho que qualquer um destes três vai fazer melhor figura do que o controverso vencedor da Milano-Sanremo de 2016.

Kévin Vauquelin é a esperança da equipa para conseguir somar pontos UCI na GC. Os top-10 do francês no Tirreno-Adriatico e no País Basco permitem sonhar com um top-15 aqui. Ficou em 2.º lugar no campeonato nacional de contrarrelógio, a três segundos de Armirail — são boas indicações para o que aí vem. Cristián Rodríguez (boa temporada) e Clément Champoussin podem surpreender numa fuga de média montanha. Raúl García Pierna é o contrarrelogista da equipa.

bitaite falso plano: Vauquelin consegue terminar no top-10 final e Démare surpreende tudo e todos ao conseguir fazer um top-15 numa etapa plana.

Astana Qazaqstan Team

Astana Qazaqstan Team

Os patrocinadores e os fãs já só pensam numa coisa: o triunfo número 35 de Mark Cavendish no Tour! O melhor sprinter de todos os tempos esteve perto deste feito na última edição quando só perdeu para Philipsen na etapa 7, em Bordéus. No dia seguinte foi forçado a abandonar, em lágrimas, e decidiu adiar por um ano a reforma já anunciada. O comboio do britânico não é mau: Michael Mørkøv, Cees Bol e Davide Ballerini.

Para a média e alta montanha contam com Alexey Lutsenko, escudado por Harold Tejada, Michele Gazzoli e Yevgeny Fedorov.

bitaite falso plano: Cavendish conquista a trigésima-quinta vitória no Tour na última etapa ao sprint.

Bahrain - Victorious

Bahrain - Victorious

Como sempre, a Bahrain leva uma equipa forte para uma grande volta. Pela primeira vez, Santiago Buitrago chega como líder assumido. O jovem colombiano, tal como nos tem habituado, tem mostrado um bom nível nesta temporada — destaco o 2.º lugar na Volta à Comunidade Valenciana e a vitória na etapa 4 do Paris-Nice. É um dos candidatos à camisola branca.

Pello Bilbao, Wout Poels e Matej Mohorič são corredores de altíssimo nível e que sabem o que é vencer no Tour. O colombiano conta ainda com Jack Haig e Fred Wright, que deverá tentar integrar algumas fugas.

Phil Bauhaus (três pódios na última edição), conta com Nikias Arndt para tentar vencer a sua primeira etapa na Grand Boucle.

bitaite falso plano: Top-10 para Buitrago e uma etapa para Mohorič.

Red Bull – BORA – hansgrohe

Red Bull – BORA – hansgrohe

Um novo capítulo da estrutura da BORA, agora com o patrocínio chorudo da Red Bull. O objetivo é só um: vencer a camisola amarela com Primož Roglič. O canibal esloveno arrasou a concorrência nas etapas 6 e 7 do Dauphiné mas vacilou na derradeira etapa e quase deitou tudo a perder, vencendo a geral por escassos 8 segundos. Os dois escudeiros são bem conhecidos e têm um altíssimo nível na montanha: Aleksandr Vlasov (que exibições no Dauphiné) e Jai Hindley (vencedor do Giro em 2022). O poderio deste trio e as dúvidas sobre a forma de Vingegaard aumentam as esperanças da Red Bull ganhar o Tour "à primeira".

Matteo Sobrero também vai ter de dar gás nas montanha e para o plano contam com Danny van Poppel, Marco Haller e Nico Denz. O capitão na estrada é Bob Jungels.

bitaite falso plano: Fiasco na classificação geral.

Cofidis

Cofidis

Anseio por ver a mosca de Ion Izagirre a passear-se pelo Tour com a fantástica jersey vermelha e branca. Haja alguém que não tenha tido a infeliz ideia de levar um equipamento azul.

Um que está em grande forma e pode brilhar na média montanha é Jesús Herrada — o espanhol nunca venceu no Tour e os anos vão passando. Já na alta montanha a figura da equipa é o mítico ciclista de culto Guillaume Martin. Queremos ver mais uma aparição no top-10 por parte do mestre em filosofia na Universidade Paris Nanterre. Simon Geschke (14.º classificado no Giro) também gosta de pedalar com a estrada inclinada.

No plano são Bryan Coquard (motivado pela vitória na Volta à Suiça) & Axel Zingle que têm a responsabilidade de somar pontos UCI. Contam com Piet Allegaert e Alexis Renard para entrarem bem colocados nas fases decisivas.

bitaite falso plano: Geschke vai ser o melhor Cofidis na GC.

EF Education - EasyPost

EF Education - EasyPost

A EF leva uma equipa talhada para caçar etapas mas será que Richard Carapaz vai tentar algo na GC? Nunca podemos subestimar o campeão olímpico.

Alberto Bettiol (campeão italiano), Ben Healy e Rui Costa (campeão português) dispensam apresentações. São três dos melhores caçadores de etapas do mundo e chegam todos em boa forma, com sucessos muito recentes.

Neilson Powless prometia muito mas esta temporada tem sido um fiasco. O americano andou com a maillot à pois na última edição e pode tentar repetir a abordagem. Sean Quinn é o campeão americano e outra carta a lançar nas fugas de média montanha. Marijn van den Berg é o homem rápido da equipa e Stefan Bissegger é o especialista no contrarrelógio.

bitaite falso plano: Uma vitória para um corredor com a camisola verde e vermelha.

Groupama - FDJ

Groupama - FDJ

Com os ânimos mais calmos no que toca à insistente e desaponte aposta em David Gaudu, espero ver uma abordagem diferente e focada na disputa de etapas. Para as etapas mais duras contam também com o prodígio Lenny Martinez — precisa de se testar e mostrar que se consegue bater com os melhores a este nível. São dois candidatos à camisola da montanha.

Romain Grégoire é outro jovem promissor francês que terá várias etapas ao seu jeito e, quem sabe, pode disputar a maillot jaune nas primeiras etapas. Stefan Küng & Valentin Madouas entendem-se bem e podem dar espetáculo nas etapas ao estilo das clássicas. Quentin Pacher, Kevin Geniets (campeão luxemburguês) e Clément Russo perfazem o 8 da Groupama.

bitaite falso plano: Os miúdos Martinez e Grégoire vão brilhar.

INEOS Grenadiers

INEOS Grenadiers

A poderosa INEOS já não luta pela camisola amarela mas tem argumentos para ir ao pódio. Carlos Rodríguez é a melhor carta da equipa para esse objetivo, está a fazer uma temporada fenomenal — venceu a Romandia e limpou etapas no País Basco e no Dauphiné. Egan Bernal continua a sua milagrosa recuperação e já está a um nível altíssimo na montanha — 3.º na Catalunha e 4.º na Suiça.

Thomas Pidcock ainda não se sabe bem o que pode dar em três semanas. Diria que vai alternar entre o papel de gregário e caçador de etapas. Geraint Thomas é que já não tem idade para part-times e vai focar-se no suporte aos seus líderes.

Laurens De Plus (5.º no Dauphiné) é um dos melhores gregários da atualidade, vai ser fundamental e incansável ao longo das três semanas. Michał Kwiatkowski é outro habitué nestas lides mas costuma ter a sua oportunidade para brilhar, e não costuma desperdiçá-la. O bloco fica completo com os roladores Jonathan Castroviejo e Big Ben Turner.

bitaite falso plano: Top-5 para Rodríguez e 1-2 numa fuga na terceira semana com Pidcock & Kwiatkowski.

Intermarché - Wanty

Intermarché - Wanty

Sétimo em 2022 — e oitavo em 2016 e 2017 —, Louis Meintjes é o corredor designado para atacar a GC. Deixem-no ir que ele desenrasca-se sozinho.

A outra figura é, claro está, Biniam Girmay. O eritreu tem mostrado boa forma recentemente e vai querer conquistar a sua primeira vitória na Volta a França, algo que lhe escapou na última edição. Gerben Thijssen é o outro sprinter da equipa belga, tem feito uma temporada regular e pode ter algumas oportunidades aqui para ser a aposta em dias de sprints compactos. Mike Teunissen e Hugo Page serão os lançadores.

Para as fugas de média montanha contam com Kobe Goossens e Georg Zimmerman. Laurenz Rex vai tentar farejar oportunidades em etapas estilo clássicas.

bitaite falso plano: "Bola! Zero!"

Lidl - Trek

Lidl - Trek

Com Mattias Skjelmose e Tao Geoghegan Hart (COVID) de fora, as ambições da LIDL - Trek viram-se completamente para a conquista de etapas. Nesse sentido o patrão Mads Pedersen é a aposta da equipa para as etapas com menos dureza e pode ser um sério candidato a levar a maillot vert. Ter Jasper Stuyven como lançador é um luxo e o dinamarquês não costuma desapontar. Tim Declercq é o maquinista de serviço, num comboio que conta ainda com o sul-africano Ryan Gibbons.

Giulio Ciccone, vencedor da camisola da montanha na última edição, mostrou boas pernas no Dauphiné e pode ter o mesmo objetivo em mente — o italiano até já andou de amarela, em 2019, mas nunca venceu uma etapa. Carlos Verona e Julian Bernard serão muito úteis na montanha. Toms Skujiņš deverá ter as suas oportunidades para tentar vencer pela primeira vez em 2024.

bitaite falso plano: Vão ter muitas saudades de Thibau Nys e Mathias Vacek.

Movistar Team

Movistar Team

A telefónica espanhola quer meter Enric Mas no top-5 e para tal conta com um bloco competente e trabalhador. De Davide Formolo espera-se que faça as mesmas exibições que apresentou na UAE Emirates ao serviço de Tadej Pogačar. Gregor Mühlberger e Javier Romo serão os primeiros gregários a dar o peito ao vento quando a estrada inclinar.

Alex Aranburu (campeão espanhol) & Oier Lazkano (vice-campeão espanhol), ambos em grande forma, vão dividir os seus quilómetros entre o suporte a Mas e a intromissão em fugas. Fernando Gaviria vai tentar amealhar o máximo de pontos UCI possíveis nas chegadas ao sprint e o nosso Nelson Oliveira, como costume, é o capitão da Movistar na Volta a França.

bitaite falso plano: Alex Aranburu vence a primeira etapa e enverga a camisola amarela.

Soudal Quick-Step

Soudal Quick-Step

Finalmente veremos Remco Evenepoel no Tour. As dúvidas sobre a forma do belga são muitas, devido ao acidente sofrido no País Basco, e se calhar ainda não vai ser desta que o veremos a lutar pela GC. Se se sentir bem, acredito que tentará alcançar a amarela até à etapa 7 (contrarrelógio) e depois logo se vê. Caso não esteja a conseguir acompanhar o ritmo, deve perder logo uma batelada de minutos numa das etapas preliminares e desse modo ter liberdade para atacar etapas. E neste sentido será Mikel Landa que terá de assumir as responsabilidades na GC. Não descarto um top-5 apesar dos 60 quilómetros de contrarrelógio. Jan Hirt (8.º na Volta a Itália), Louis Vervaeke e Ilan Van Wilder serão os gregários.

No plano Yves Lampaert, Casper Pedersen e Gianni Moscon terão a responsabilidade de dar ao pedal e posicionar bem os seus líderes. A ausência de Tim Merlier, em grande forma, surpreende. Não seria mais útil do que o italiano?

bitaite falso plano: Três etapas para Evenepoel.

Team dsm-firmenich PostNL

Team dsm-firmenich PostNL

Esta equipa no papel não parece tão má quanto vai ser na realidade mas enfim, pode ser que Oscar Onley ou Frank van den Broek encarnem Marc Hirschi versão 2020. Estes dois miúdos têm muita qualidade e, estando os holofotes apontados para Warren Barguil e Romain Bardet, podem surpreender. Esta vai ser uma edição especial para o ex-AG2R: é a sua última participação na Volta a França. O veterano francês termina a sua carreira no final do Dauphiné da próxima época.

Para os sprints a aposta é em Fabio Jakobsen, que não está a ter um início fácil na dsm-firmenich. O neerlandês sabe o que é vencer no Tour e conta com Bram Welten, Nils Eekhoff e o capitão John Degenkolb para voltar a levantar os braços.

bitaite falso plano: Bardet despede-se com a maillot à pois envergada.

Team Jayco AlUla

Team Jayco AlUla

A Jayco AlUla tem ambições na geral e nos sprints. Simon Yates, a fazer uma temporada discreta, vai tentar repetir o top-5 da última edição e para tal conta com Chris Harper, que esteve a um bom nível no primeiro trimestre deste ano.

Para as etapas rápidas contam Dylan Groenewegen (campeão nacional dos Países Baixos) que vai tentar o seu sexto triunfo na Volta a França. Michael Matthews e Luka Mezgec dão garantias de um bom lançamento e o australiano terá certamente algumas oportunidades nas etapas em que o neerlandês não conseguir acompanhar o ritmo do pelotão. Luke Durbridge, Christopher Juul-Jensen e Elmar Reinders terão a responsabilidade de proteger os seus líderes do vento.

bitaite falso plano: Gronewegen vence uma etapa e termina o Tour sem derrubar ninguém.

UAE Team Emirates

UAE Team Emirates

A equipa do melhor ciclista do mundo — refiro-me ao João Almeida, claro —, está all-in para reconquistar a maillot jaune para Tadej Pogačar. O esloveno está a fazer a sua melhor temporada de sempre — só falhou o objetivo MSR, onde, ainda assim, foi terceiro classificado. Ele diz que nunca se sentiu tão bem na bicicleta.

Quem também está na melhor forma de sempre é Adam Yates (3.º classificado em 2023) e João Almeida (o melhor gregário do mundo em 2024). O domínio destes dois na Volta à Suiça foi impressionante — quatro 1-2 consecutivos — e, sabendo que aqui o foco é o seu capo, podem ter as suas oportunidades dada a sua enormíssima qualidade.

O prodígio espanhol Juan Ayuso, um dos melhores voltistas do mundo, também faz parte destes galácticos do ciclismo. Mas o poderio nas montanhas não fica por aqui, contam ainda com os trepadores Pavel Sivakov, contratado à INEOS, e com o enfant terrible Marc Soler, leal e sem problemas no rádio quando está ao serviço do seu patrão esloveno. Para o trabalho no plano contam com os campeões nacionais de contrarrelógio Nils Politt e Tim Wellens.

bitaite falso plano: Camisola amarela para Pogačar, com um colega de equipa no pódio — deixo ao vosso critério a quem me estou a referir.

Israel - Premier Tech

Israel - Premier Tech

A Israel - Premier Tech só tem um objetivo: ganhar etapas! A coisa não correu de feição no Giro mas aqui as armas são outras, apesar de eu achar que podiam e deviam ter caprichado mais na equipa selecionada. Não se entende a inclusão de Jakob Fuglsang, depois de terem abdicado, e bem, de Chris Froome. Se queriam meter alguém com objetivos de GC podiam ter apostado no miúdo Matthew Riccitello que provou estar em grande forma com o 5.º lugar na Volta à Suiça. Também surpreendem as ausências de Michael Woods e Dylan Teuns, apesar de não estarem a fazer uma temporada particularmente boa.

Quem chega em grande forma é Derek Gee (ou devemos chamar-lhe Derek GC?). O canadiano apareceu em grande no Dauphiné, vencendo uma etapa e fechando o pódio final. A dúvida é se vai brilhar nas fugas como no Giro 2023 ou se é mesmo para atacar a GC. Se for a segunda, Pogačar e Vingegaard que se ponham finos. Stephen Williams, um dos destaques de 2024, tem várias etapas ao seu jeito e pode vencer aqui pela primeira vez numa grande volta.

Para as etapas de sprint a aposta é em Pascal Ackermann, que procura completar a trilogia de vitórias em grandes voltas. Conta com a ajuda de Jake Stewart e Guillaume Boivin. Para se intrometerem nas fugas contam com Krists Neilands e Hugo Houle, vencedor de uma etapa em 2022.

PS: Não entendo a ausência de Corbin Strong.

bitaite falso plano: Uma vitória para Late Attack Williams e meia dúzia de pódios para The Birdwatcher Gee.

Lotto Dstny

Lotto Dstny

Sem ambições para a geral, o foco está na conquista de etapas e as esperanças da equipa estão todas nos líderes, dois jovens de enormíssima qualidade. Arnaud De Lie bateu há dias Philipsen, Merlier, Van Aert, entre outros, e sagrou-se campeão belga. O hype voltou a aumentar e aqui no falso plano estamos todos prontos para celebrar a segunda vitória WT do sprinter agricultor. Conta com os lançadores Cedric Beullens & Jarrad Drizners.

Maxim Van Gils é um dos puncheurs mas entusiasmantes (e regulares) do pelotão, tem categoria para vencer corridas a este nível e eu acredito que vai fazê-lo. E ele que não se ponha com ideias de tentar algo na GC, por favor.

Victor Campenaerts não está a fazer uma boa temporada mas sabe andar nisto. Brent Van Moer, ex-futuro-sucessor de Thomas De Gendt, deverá tentar integrar algumas fugas, tal como Harm Vanhoucke, que tem estado a um bom nível nos últimos tempos. Sébastien Grignard é o aguadeiro.

bitaite falso plano: Le Taureau Wallon pica o ponto.

Uno-X Mobility

Uno-X Mobility

O conjunto nórdico chega motivadíssimo com a vitória de Magnus Cort no Critérium du Dauphiné, a primeira de sempre da equipa no World Tour. O corredor dinamarquês, o único no meio de sete noruegueses, é talvez a figura maior da equipa, a par do veterano Alexander Kristoff — o norueguês continua a um bom nível e já leva três triunfos em 2024. Lançado por Søren Wærenskjold (um protegido do falso plano!), a 5.ª vitória no Tour não é um objetivo inalcançável.

Tobias Halland Johannessen, vencedor do Tour de l'Avenir em 2021, é a esperança da equipa para a geral. Outro corredor que tem qualidade a subir é Johannes Kulset, o mais novo da startlist — o segundo mais jovem nos últimos 40 anos.

Odd Christian Eiking, experiente nestas andanças, e os classicómanos Rasmus Tiller e Jonas Abrahamsen são os restantes vikings da Uno-X.

bitaite falso plano: Uma estreia de sonho: triunfos para Cort e Wærenskjold. Johannessen mostra-se em grande nível na terceira semana.

TotalEnergies

TotalEnergies

O melhor fica sempre para o final. Mas aqui não é o caso. É mesmo a pior equipa da startlist que fica para o fim. O conjunto da petrolífera TotalEnergies soma apenas três vitórias em 2024 e nenhum dos intervenientes vai à Volta a França. Tázonde Jeannière?

O francês Steff Cras pode sonhar com um top-15 final. Mathieu Burgaudeau e Anthony Turgis já foram chão que deu uvas. O jovem Thomas Gachignard e Sandy Dujardin, 3.º e 5.º nos nacionais de França, respetivamente, podem almejar a um bom resultado numa fuga. O bloco fica completo com Fabien Grellier e os estreantes Jordan Jegat e Mattéo Vercher.

bitaite falso plano: Um par de top-5 em fugas e Steff Cras fecha o top-15 final.