Análise às Equipas — Tour de France

Análise falso plano às 22 equipas presentes nesta edição da Volta à França.

Análise às Equipas — Tour de France
Tour de France

Jumbo-Visma

Jumbo-Visma

A melhor equipa do mundo para muitos apresenta-se na Volta à França com um bloco fortíssimo focado no seu líder e vencedor de 2022: Jonas Vingegaard.

O dinamarquês arrasou em (quase) todas as provas em que participou este ano, tendo vacilado apenas no Paris-Nice, na única batalha que disputou contra o seu maior rival — foi terceiro, atrás de Pogačar e Gaudu. O domínio demonstrado no País Basco e no Dauphiné limpou essa imagem e todos esperamos um Jonas ao mais alto nível em França.

Wout van Aert, como sempre, vai intercalar o seu esforço entre as tarefas de domestique e a procura pela glória pessoal. Dá a entender que vai estar mais focado na primeira opção: a prioridade é a camisola amarela e este ano há mais concorrência para a camisola verde. Christophe Laporte, que já venceu quatro vezes este ano, também sabe qual é a prioridade, mas deverá ter uma ou outra etapa assinalada para tentar repetir a vitória da última edição.

As últimas indicações dos escudeiros de Vingegaard nas etapas mais duras são boas: Wilco Kelderman esteve muito bem na Suíça e Sepp Kuss foi fundamental para Primož Roglič na terceira semana do Giro.

Dylan van Baarle, Tiesj Benoot e Nathan Van Hooidonck sabem qual é o seu papel e são exímios no que fazem.

Bitaite falso plano: segundo lugar e etapa para Jonas Vingegaard. Wout van Aert não disputa a camisola verde mas vence uma etapa.

UAE Team Emirates

UAE Team Emirates

Outra super-equipa com o foco na camisola amarela. Eis a UAE Emirates de Tadej Pogačar.

O campeão esloveno vem de uma lesão no pulso, causada pela queda na Liège-Bastogne-Liège, mas já deu boas indicações nos campeonatos nacionais eslovenos. Sem perder a sua identidade, o campeão de 2020 e 2021 vai tentar não cometer os mesmos erros da última edição e desta vez dá a sensação que conta com uma equipa que lhe dá mais garantias. Vamos ver como as pernas se comportam na alta montanha e como o pulso aguenta os seus ataques termonucleares.

Adam Yates foi contratado especificamente para isto e até agora está a fazer uma temporada extremamente positiva: terceiro na geral e vitória na etapa rainha no UAE Tour, geral e triunfo na etapa rainha da Volta à Romandia e segundo no Dauphiné, atrás de Vingegaard. Se fosse líder de uma equipa seria candidato ao pódio, é deste nível que estamos a falar.

Rafał Majka, escudeiro e parceiro de jogo no pedra-papel-tesoura de Pogačar, ainda é um dos melhores gregários do mundo na montanha. O irreverente Marc Soler sabe comportar-se quando está ao serviço do seu líder.

Mikkel Bjerg está a andar bem: venceu no Dauphiné no último mês. O seu papel é claro: estar de sentinela até receber instruções para rebentar o pelotão numa etapa decisiva. Felix Großschartner está a fazer uma temporada muito positiva — mereceu a chamada — e vai ser importante nas etapas com alguma dureza. Já nas etapas menos inclinadas Matteo Trentin e Vegard Stake Laengen serão os guarda-costas que tudo farão para manter Pogi em segurança.

Bitaite falso plano: Camisola amarela e três vitórias para Tadej Pogačar. Adam Yates fecha no top-5 final.

Bahrain - Victorious

Bahrain - Victorious

A Bahrain apresenta dois sub-blocos com características diferentes mas com um objetivo em comum: dedicar uma vitória a Gino Mäder.

Mikel Landa e Pello Bilbao são os líderes da equipa para a GC. O primeiro está a fazer uma temporada muito positiva — sétimo em Valência, segundo na Andaluzia, sétimo no Tirreno, quinto na Catalunha, segundo no País Basco e terceiro na Flèche Wallonne — mas não deixou boas indicações no Dauphiné — foi apenas vigésimo segundo. O segundo também está a fazer uma temporada muito regular, como sempre — terceiro e etapa no Tour Down Under, quarto em Valência e quarto no UAE Tour —, e vai certamente tentar a amarela em Bilbau.

Jack Haig e Wout Poels serão os principais gregários dos dois líderes acima mencionados. O australiano ainda não descansou: fez Alpes (terceiro) em Abril, Giro (décimo nono) em Maio e Dauphiné (quinto) em Junho. O veterano neerlandês vem de um nono lugar na Volta à Eslovénia.

Para caçar etapas têm o especialista Matej Mohorič, vice-campeão da Volta à Eslovénia, e para quase-caçar etapas têm o campeão britânico Fred Wright.

A outra Bahrain, dedicada aos sprints, é composta pelo sprinter alemão Phil Bauhaus e pelo seu lançador Nikias Arndt, que poderá ter a sua oportunidade em uma ou outra fuga.

Bitaite falso plano: Vitória para Matej Mohorič e Bilbao no top-10.

BORA - hansgrohe

BORA - hansgrohe

O objetivo da BORA é o pódio com o vencedor do Giro em 2022, Jai Hindley.

O australiano mostrou boa forma no Dauphiné, onde ficou em quarto. São boas indicações para o voltista da BORA que tem aqui um percurso do seu agrado  — pouco contrarrelógio — mas não tem um suporte tão forte na montanha comparando com os rivais.

Emanuel Buchmann, campeão alemão, e Patrick Konrad, segundo na Eschborn-Frankfurt (!), são trepadores competentes. Vamos ver se o austríaco ainda tem energia suficiente depois de ter completado a Volta a Itália, onde foi vigésimo. Bob Jungels, vencedor de uma etapa no ano passado, e Nils Politt, vencedor de uma etapa há dois anos, são dois roladores muito competentes e vão estar atentos a oportunidades nas fugas.

Surpreende a ausência de Sam Bennett, preterido pelo jovem sprinter belga Jordi Meeus que faz a sua estreia na Volta à França e que, lançado por Danny van Poppel e Marco Haller, pode sonhar com a vitória.

Bitaite falso plano: Top-10 para Jai Hindley.

Groupama - FDJ

Groupama - FDJ

Os comandados de Marc Madiot voltam à Grande Boucle com o mesmo objetivo do ano passado (falhado por pouco): fazer pódio com David Gaudu.

O voltista francês começou bem a época com o segundo lugar no Paris-Nice, onde foi o único que conseguiu dar alguma luta a Tadej Pogačar. Também mostrou um bom nível na Volta ao País Basco (quarto) mas depois disso foi um descalabro: três DNFs nas três corridas das Ardenas e um medíocre trigésimo posto no Critérium du Dauphiné.

Thibaut Pinot faz a sua despedida do Tour (será?) e tem a última oportunidade para vencer no Dia da Bastilha. Marquem no calendário: 14 de Julho, etapa 13, Grand Colombier.

Valentin Madouas, campeão francês, e Stefan Küng são corredores de topo e serão fundamentais no suporte a Gaudu. Nunca venceram no Tour e poderão ter algumas oportunidades para lutar pela glória pessoal. Lars van den Berg, Olivier Le Gac e Kevin Geniets são os gregários de serviço full-time.

Bitaite falso plano: Gaudu repete o quarto lugar e Pinot triunfa no Dia da Bastilha.

INEOS Grenadiers

INEOS Grenadiers

A poderosa INEOS apresenta-se pelo quarto ano consecutivo sem a possibilidade de almejar mais do que o último lugar do pódio. E este ano nem o top-10 vai ser tarefa fácil.

Sem querer faltar ao respeito a Egan Bernal, falta um voltista de topo. O colombiano está a fazer uma recuperação muitíssimo positiva da grave lesão que sofreu no início do ano passado. Espero voltar vê-lo a disputar uma grande volta nos próximos anos.

Então quem será o líder da equipa? Daniel Martínez ou Carlos Rodríguez? Nenhum dá confiança suficiente. O primeiro brilhou no Algarve mas depois tem sido flop atrás de flop, tal como nos tem habituado. Ainda assim, diz-se que a BORA está a preparar um contrato de quatro anos para o colombiano. O espanhol é outro que está de saída para a Movistar, há rumores de um contrato de cinco anos em cima da mesa. Acredito num top-10 mas o top-5 acho difícil.

Thomas Pidcock brilhou na etapa do Alpe d'Huez no ano passado e este ano tem a inúmeras oportunidades para voltar triunfar, inclusive lutar pela amarela nas primeiras etapas. Ben Turner, Michał Kwiatkowski e Jonathan Castroviejo na fuga certa podem triunfar também.

Bitaite falso plano: Carlos Rodríguez finaliza no top-10 e Pidcock volta a vencer.

Uno-X Pro Cycling Team

Uno-X Pro Cycling Team

A equipa nórdica Pro Continental faz a sua estreia no Tour e conta com seis noruegueses e dois dinamarqueses.

O veterano Alexander Kristoff é a figura principal da equipa. Os anos passam mas a capacidade não diminui e soma já duas vitórias em 2023. Faz uma bela dupla com o jovem Søren Wærenskjold. Rasmus Tiller vai tentar caçar uma etapa quando lhe derem liberdade para tal.

Tobias Halland Johannessen, vencedor do Tour de l'Avenir em 2021, deverá ser o protegido da equipa em termos de geral. Na montanha contam ainda com nomes competentes como Anthon Charmig e Torstein Træen.

Jonas Abrahamsen e Jonas Gregaard fazem parte do pódio de melhores trepadores com o nome Jonas e que marcam presença na partida em Bilbau.

Bitaite falso plano: Vão disfrutar da estreia no Tour e somar um par de pódios.

Israel - Premier Tech

Israel - Premier Tech

Depois de terem animado o Giro — quatro segundos lugares e outros tantos top-4 em etapas de fugas — o objetivo é conseguir a primeira e merecida vitória em grandes voltas em 2023. Não vai ser fácil repetir o sucesso do ano transacto: duas vitórias, com Simon Clarke e Hugo Houle, que repetem a sua presença este ano.

Dylan Teuns e Michael Woods são as figuras principais da equipa e vão tentar a glória nas etapas mais duras. O belga tem tido uma época muito discreta. Já o canadiato tinha andado bem nas Ardenas e neste mês já fez segundo no Mont Ventoux e conquistou a Route d'Occitanie. A camisola da montanha pode ser um objetivo.

O jovem sprinter/puncheur Corbin Strong é a escolha da equipa para as chegadas rápidas. Krists Neilands, Nick Schultz e Guillaume Boivin, o terceiro canadiano da equipa, são os restantes elementos de um roster que desta vez não cumpre a quota de israelitas — Itamar Einhorn, campeão israelita, teria sido uma opção interessante para os sprints dada a ausência de Giacomo Nizzolo.

Bitaite falso plano: Múltiplos pódios nas etapas de fuga mas novamente sem vitória.

Lotto Dstny

Lotto Dstny

Ganhar etapas. É isto que a Lotto quer e conta com corredores capazes.

Caleb Ewan volta a ser o maquinista do comboio da equipa recentemente despromovida à categoria Pro Continental apesar de ter desiludido na última edição e de estar a fazer uma temporada fraquinha. Jasper De Buyst, Pascal Eenkhoorn, Jacopo Guarnieri e Frederik Frison são a tripulação ao serviço do anão australiano. Florian Vermeersch deverá ter liberdade para entrar nas fugas nos dias em que Ewan lhe der folga.

Maxim Van Gils está a ser uma das revelações da temporada. Não sobe mal e tem uma ótima ponta final, o que lhe permite sonhar com a vitória seja numa etapa punchy ou numa fuga de média montanha. Victor Campenaerts deverá ser um dos mais ativos nas fugas para no fim sair de mãos a abanar.

Bitaite falso plano: Caleb Ewan pica o ponto e salva a época.

Lidl - Trek

Lidl - Trek

Os objetivos da Trek? Tudo.

Camisola verde com Mads Pedersen: vai tentar repetir o sucesso da última Vuelta. O dinamarquês conta com o apoio (topo de gama) de Jasper Stuyven e Alex Kirsch.

Camisola da montanha com Giulio Ciccone: o italiano não conseguiu participar no Giro d'Italia devido a infecção com Covid-19, mas tem aqui uma nova oportunidade para brilhar ao mais alto nível. Venceu a última etapa do Dauphiné.

Camisola branca com Mattias Skjelmose: se Pogačar abandonar, claro.

Camisola amarela com Mattias Skjelmose: mas não vai ser já este ano...

Quinn Simons, campeão americano, repete a sua participação no Tour e desta vez queremos ver mais. Vai ganhar uma etapa para dedicar ao Gino Mäder. Juan Pedro López e Tony Gallopin completam o bloco da equipa americana patrocinada pelo Lidl.

Bitaite falso plano: Camisola da montanha para Ciccone e etapa para Simmons. Skjelmose termina no top-10.

Intermarché - Circus - Wanty

Intermarché - Circus - Wanty

A Intermarché procura a sua primeira vitória na Volta à França. Para isso contam com vários corredores capacitados para tal.

Biniam Girmay, lançado por Mike Teunissen, vai tentar a sua segunda vitória em grandes voltas e quem sabe disputar a camisola verde. Seria incrível conseguir a camisola amarela nos primeiros dias.

Para a geral contam com Louis Meintjes que vai seguir na cauda do grupo principal até chegar a Paris e tentar fechar dentro do top-10 novamente.

Rui Costa e Georg Zimmermann já venceram este ano e deverão ser os mais ativos nas fugas. O ídolo português procura vencer pela quarta vez na Volta à França. Dion Smith, Adrien Petit e Lilian Calmejane são os restantes corredores da equipa belga.

Bitaite falso plano: Vitória para Girmay mas Meintjes falha o top-10.

Team DSM - Firmenich

Team DSM - Firmenich

Em 2020 brilharam com três vitórias — Marc Hirschi & Søren Kragh Andersen x2 — mas nas últimas duas edições não conseguiram picar o ponto. Este ano a equipa neerlandesa chega ao Tour com dois sub-blocos, um para a montanha e outro para os sprints.

Romain Bardet é o líder da equipa para a geral. O voltista francês, medalha de prata em 2016, tem o top-5 na mira e conta com o apoio de Kevin Vermaeke, Chris Hamilton e Matthew Dinham.

Sam Welsford é o homem rápido da equipa. O sprinter australiano soma já três triunfos e inúmeros pódios em 2023. Conta com John Degenkolb, Alex Edmonson e Nils Eekhoff. Nada mau.

Bitaite falso plano: Vão ganhar bola.

Movistar Team

Movistar Team

Onde está o Enric Mas da segunda metade da temporada passada? É bom que volte rápido senão a Movistar corre o risco de passar mais um Tour a seco.

O espanhol até começou bem a temporada com uma postura muito ofensiva na Volta à Andaluzia mas foi sol de pouca dura. Nas Ardenas foi um fiasco e o décimo sétimo lugar no Dauphiné dá boas indicações para o que aí vem. Se calhar já está a preparar a Vuelta...

Matteo Jorgenson está a ter a sua temporada de afirmação mas também não deu boas indicações no Dauphiné: foi sexagésimo terceiro, depois de ter sido segundo na Romandia. Se Mas não estiver bem pode ser chamado a assumir as lides do conjunto telefónico.

Ruben Guerreiro arrasou no Saudi Tour e mostrou um bom nível no Gran Camiño mas desde aí tem tido desempenhos discretos. Na última edição partia como um dos favoritos nas casas de apostas à conquista da camisola da montanha mas uma queda logo nos primeiros dias deitou tudo a perder. Deve alternar entre o papel de gregário e caçador de etapas. Nélson Oliveira, o outro português, faz a sua sétima participação na Volta à França.

Alex Aranburu é outro caçador de etapas enquanto que Antonio Pedrero, Gorka Izagirre e Gregor Mühlberger darão apoio fundamental ao seu líder, principalmente nas etapas mais durinhas.

Bitaite falso plano: Etapa para o Ruben Guerreiro.

Team Jayco AlUla

Team Jayco AlUla

Venceram por duas vezes em Itália e querem repetir a dose em França.

Simon Yates é a figura principal da equipa e procura alcançar um de dois objetivos: top-5, se não partir o motor a meio; e vitória(s) em etapa caso perca a carruagem dos favoritos. O seu principal escudeiro na montanha é Chris Harper, o que é curto comparando com os outros candidatos.

Dylan Groenewegen é a aposta da equipa para os sprints. O neerlandês é um dos mais rápidos do mundo e conta com um dos lançadores em melhor forma do pelotão mundial: Luka Mezgec.

Elmar Reinders, Lawson Craddock e Luke Durbridge estarão ao serviço dos seus líderes.

Bitaite falso plano: Yates e Groenewegen não desiludem e ganham uma etapa cada um.

AG2R Citroën Team

AG2R Citroën Team

A equipa francesa tem como grande objetivo o pódio de Ben O'Connor.

O voltista australiano portou-se muito bem no Dauphiné, onde fechou pódio. Isso dá esperanças a Laurent Biondi, que montou um bloco interessante na montanha.

Felix Gall é uma das revelações do ano, muito consistente ao longo da temporada e com desempenhos estratosféricos na Volta à Suiça, que chegou a liderar, tendo terminado apenas no oitavo posto devido a um contrarrelógio final medonho. Aurélien Paret-Peintre é mais um nome sólido do bloco da AG2R. Finalizou o Giro em décimo quinto lugar e venceu uma etapa. Nans Peters será importante nas etapas de sobe e desce.

Benoît Cosnefroy e Stan Dewulf vão estar atentos a oportunidades para triunfarem pela primeira vez em grandes voltas quando lhes for dada liberdade. Oliver Naesen e Clément Berthet são os dois domestiques full-time da equipa.

Bitaite falso plano: Ben O'Connor fecha no pódio final.

Alpecin-Deceuninck

Alpecin-Deceuninck

Com duas vitórias em cada uma das últimas edição, este ano almejam a ainda mais sucessos. A dupla Mathieu van der Poel & Jasper Philipsen é assustadora.

O neerlandês tem um percurso que lhe permite sonhar em voltar a envergar a camisola nas primeiras etapas além de várias outras que se adequam às suas características.

O sprinter belga triunfou duas vezes na última edição, já sem MvdP presente nessas etapas, e este ano quer mais: já fala na a camisola verde. Jonas Rickaert, Ramon Sinkeldam e Silvan Dillier serão peças importantes no comboio de Jasper Disaster.

Quinten Hermans, Søren Kragh Andersen e Michael Gogl, além do suporte aos seus líderes, terão oportunidades de brilhar nas fugas.

Bitaite falso plano: Três etapas e camisola verde para Jasper Disaster.

Astana Qazaqstan Team

Astana Qazaqstan Team

A pior equipa do World Tour em 2023 tem um objetivo muito especial: conseguir a vitória número 35 de Mark Cavendish.

O sprinter britânico não desiludiu no Giro — venceu em Roma. Aqui conta com Cees Bol, Gianni Moscon e Yevgeniy Fedorov mas a concorrência é de outro gabarito.

Alexey Lutsenko, campeão cazaque, vai tentar o top-10 pelo terceiro ano consecutivo. Na montanha conta com o suporte de Harold Tejada e David de la Cruz. Luis León Sánchez, aos 39 anos, ainda tem pernas para fazer Giro & Tour.

Bitaite falso plano: Cavendish conquista o 35 nos Champs-Élysées.

Cofidis

Cofidis

Geral, fugas e sprints. A Cofidis tem opções para todos os gostos e feitios.

Guillaume Martin, filósofo a tempo inteiro e ciclista nas horas vagas, é a aposta da equipa para a geral. É especialista em sair e entrar no top-10 e as indicações deixadas no Dauphiné foram boas: sexto lugar na geral.

Para a fuga, dois experts em sobe e desce: Ion Izagirre & Victor Lafay. Para os sprints contam com Bryan Coquard & Axel Zingle, dois corredores muito regulares e que dão garantias de bons resultados.

Anthony Perez, Simon Geschke e Alexis Renard fecham o elenco da Cofidis.

Bitaite falso plano: Top-10 para Guillaume Martin.

EF Education-EasyPost

EF Education-EasyPost

É o costume: três ou quatro líderes, salve-se quem puder, e no fim o Magnus Cort salva a honra do convento.

Richard Carapaz tem aqui o grande objetivo do ano. Venceu autoritariamente a clássica dos Alpes Marítimos mas depois desiludiu com a sua fraca prestação no Dauphiné, onde foi apenas trigésimo sexto. Neilson Powless estava a fazer uma temporada de sonho até que chegaram as Ardenas e lá se foi o gás. O vigésimo lugar na Volta à Suíça não é péssimo mas é mau. Quem chega em melhor forma é a rockstar colombiana Rigoberto Urán: um sólido sexto posto na Volta à Suíça, num percurso com muitos quilómetros de contrarrelógio. Esteban Chaves é a outra possível carta da EF para a geral. Estou a gozar.

Os caçadores de etapas de serviço são Magnus Cort e Alberto Bettiol. O primeiro deverá picar o ponto, o segundo nem por isso. James Shaw e Andrey Amador são os restantes elementos do conjunto dirigido por Jonathan Vaughters.

Bitaite falso plano: Vitória em etapa para Carapaz.

Soudal - Quick Step

Soudal - Quick Step

Os objetivos de Lefevere são claros: ganhar etapas e ganhar etapas. Para isso, o Wolfpack conta com duas figuras de destaque: Julian Alaphilippe & Fabio Jakobsen.

O francês mostrou um bom nível no Dauphiné e todos sabemos que para Loulou, campeão do mundo em 2020 e 2021, não há limites. É candidato à camisola amarela na primeira semana.

O sprinter neerlandês picou o ponto na segunda etapa da última edição mas acabou por desiludir nas restantes 19 etapas. Não fez nem mais um pódio. O lançador de serviço é o experiente Michael Mørkøv.

Kasper Asgreen, Rémi Cavagna, Tim Declercq, Dries Devenyns e Yves Lampaert tudo farão para deixar os seus líderes bem posicionados nas fases decisivas das etapas.

Bitaite falso plano: Alaphilippe volta a vestir a amarela, vencendo uma etapa na primeira semana. Jakobsen também consegue uma vitória.

Team Arkéa Samsic

Team Arkéa Samsic

Mais uma equipa que tem como único objetivo inicial a conquista de etapas.

Warren Barguil e Clément Champoussin vão tentar disputar etapas nas fugas montanhosas. Os dois sabem o que é vencer em grandes voltas. Se estiver a correr bem, a coisa pode proporcionar-se para Barguil lutar pela camisola da montanha.

Nas etapas mais planas as oportunidades vão ser distribuídas entre Luca Mozzato, Jenthe Biermans e Matis Louvel.

Os franceses Simon Gugliemi, Lauren Pichon e Anthony Delaplace completam a seleção da Arkéa.

Bitaite falso plano: Volta Quintana, estás perdoado.

Total Energies

Total Energies

O melhor fica sempre para o fim. Desta vez não é o caso: a TotalEnergies não apresenta um bloco que entusiasme.

A figura da equipa é Peter Sagan, lenda da Volta à França e uma das principais estrelas do ciclismo mundial na década passada: entre 2012 e 2019 venceu 12 etapas e conquistou a camisola verde por sete ocasiões. Mas já não é o mesmo. O corredor eslovaco vai terminar este ano a carreira na estrada e faz aqui a sua última aparição no Tour acompanhado pelo seu escudeiro dos últimos anos, Daniel Oss. Oxalá possa despedir-se com uma vitória à Tourminator.

Pierre Latour, Steff Cras e Valentin Ferron vão estar atentos a oportunidades nas fugas com alguma dureza enquanto que Mathieu Burgaudeau, Edvald Boasson Hagen e Anthony Turgis terão oportunidades nas etapas mais rápidas.

Bitaite falso plano: Obrigado, Peter Sagan.